A nossa história
É difícil encontrar sinais da passagem do homem do paleolítico e da sua cultura, bem como da idade do ferro. Contudo, desta última há alguns elementos que a caracterizam, como é o caso dos povoados castrejos, espalhados pelo Montemuro. O castro de S. Paio é uma marca da existência de povos que se dedicaram á pecuária (criação de gado caprino e ovino) e à agricultura de subsistência (cevada e centeio). A criação de gado bovino encontra-se comprovada numa inscrição (depositada na Câmara Municipal de Cinfães) que mostra a cabeça de um bovino. Não faltam topónimos a documentar castros pré-históricos como “Castelo”, “Cristelo” e “S. Paio”. Este ainda habitado no primeiro período da Monarquia.
O território cinfanense provavelmente devia estar sob a influência dos Paesuri. Na época de Augusto o concelho é integrado nesta “civitas”. O processo de romanização das populações autóctones fazia-se através dos contactos com o exército romano, mas também pela inserção de cidadãos romanos nos próprios aglomerados populacionais. Assim terá acontecido em S. Paio onde o povoado se desenvolveu em torno do maciço rochoso ocupando uma vasta área. Os vestígios das muralhas e os achados ali encontrados são marca da presença dos romanos, como, por exemplo, uma inscrição e diferentes moedas (uma de oiro) marcam a presença romana.
O rio Douro foi um veículo para as tropas árabes fazerem a conquista desta região, aproveitando, também, as vias e pontes romanas. Aliás, a Igreja de S. Cristóvão está ligada a uma lenda de “mouros”:
a população autóctone diz que “os mouros”, que vêem como gigantes de força sobre-humana, transplantaram, em uma só noite, esta igreja, desde os designados “campos de Nogueira” para a localização actual.
Os topónimos de origem árabe existentes em dois locais da freguesia poderão ser uma marca da sua presença: Algereu (az- zurub - “cano de água”) e Mourilhe (Mouril – os mais antigos)
A reorganização do território, no segundo fuso do século XI, deve-se a Fernando o Magno que fez a conquista dos Castelos desta região. Começam a estruturar-se os lugares e as paróquias. O culto cristão pré-nacional está presente na invocação de antigos mártires, como exemplo o padroeiro S. Cristóvão e S. Lourenço (em Vilar). A paróquia é de constituição anterior ao século XIII e o lugar dito Igreja era o propriamente chamado Nogueira, topónimo que hoje tem apenas a realidade de designativo da freguesia. A partir da década de 1060 surgem quatro terras: Sancto Felici (Sanfins), Sancto Salvator (S. Salvador), Tendades (Tendais) e Ferrarios (Ferreiros), dotadas de administração própria e tendo por sede um castelo.